segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Literatura e Música


Neste ano se comemoram os aniversários de nascimento de duas figuras importantes da música popular brasileira: Adoniran Barbosa (6 / 8 / 1910) e Noel Rosa (11 / 12 / 1910). Como todos sabem, Adoniran Barbosa marcou sua presença na cena cultural brasileira graças ao cronista social que foi, em especial, da fala usada pela comunidade italiana de meados do século passado.

Noel Rosa, dizem os estudos, introduziu uma nova forma de composição musical, que encontra pontos de contato com a vanguarda literária já que, assim como os modernistas, aproximou a poesia e a linguagem coloquial. Em Não tem tradução, registra: Tudo aquilo que o malandro pronuncia / com voz macia / é brasileiro. / Já passou de português. Carioca de Vila Isabel, alfinetou aqueles que, por modismos, desprezam o linguajar brasileiro em benefício dos idiomas ‘importados’.

Em sua obra se encontra também a oposição entre o lirismo e o mundo do trabalho. É o que se lê em Três apitos: Quando o apito/ da fábrica de tecidos / vem ferir os meus ouvidos / eu me lembro de você.

É imprescindível conhecer a produção musical de Noel Rosa.

Fonte: Revista Língua. São Paulo:
Segmento, ano 5, nº 59.

Professora Vanda 

3 comentários:

Unknown disse...

Muito justa a homenagem que o blog faz a essas importantes figuras da nossa música.

Etiene disse...

Acho que terei de baixar alguns álbuns do Noel Rosa. Vez ou outra, revistas especializadas abordam sua músicas. Há uma edição da Revista Língua em que eles abordam a intertextualidade por meio de uma música do Noel Rosa em que anos depois Caetano Veloso compôs uma éspecie de resposta. Não lembro a edição, enfim...

Letras Unifieo disse...

As duas músicas devem ser Pra que mentir, de Noel Rosa e Vadico, e Dom de Iludir, de Veloso. Ambas tratam das relações amorosas entre homem / mulher. Na primeira, tem-se a voz masculina, que se dirige à companheira em tom amigo, quase paternalista.Na segunda, o ponto de vista é feminino e agressivo. O primeiro verso dessa composição de Caetano é Não me venha falar da malícia de toda a mulher...


Vanda