segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Feliz 2011!!!

A verdade é que o final do semestre foi coisa de maluco. Trabalhos, provas, estágios, atividades extras, enfim... Difícil acreditar que estamos de férias. Difícil acreditar que sobrevivemos. Difícil acreditar que pouco a pouco estamos voltando ao normal... Pelo menos até fevereiro de 2011.

Que venha o Novo Ano! Que venha o último Ano! Que seja um grande Ano!

Feliz 2011!!!

Abaixo um resumo do que nos tornamos nos dias finais...

domingo, 17 de outubro de 2010

Projeto Oficina - Biblioteca


  No último sábado, dia 09/10, iniciamos o Projeto Oficina na escola Aureliano Leite em Osasco. 
  Os alunos do curso de Letras mergulharam de cabeça nesse projeto que tem como fim a recuperação da biblioteca e aulas dinâmicas semanais de leitura com os alunos da escola.


  Primeiramente, achamos interessante ”dar uma geral” na biblioteca e prepararmos este espaço para as futuras aulas. Começamos então uma campanha de arrecadação de livros pois, segundo nossa colega Cristiane do 4º semestre, a biblioteca contava com um acervo precário. Motivados e cheios de esperança, encontramos na escola uma realidade um pouco diferente da que nossa colega nos vendeu: a escola contava com mais livros que a nossa faculdade praticamente.  Mesmo assim, não fizemos corpo mole e nem ficamos com raiva da nossa colega pois, como futuros educadores, devemos ser compreensivos. Então arregaçamos as mangas e iniciamos o mutirão da limpeza e da organização.


  Alguns fatores poderiam nos desanimar como, por exemplo, o fato da biblioteca estar sem luz naquele dia e a sala não ter muita ventilação. Tivemos que contar somente com a luz do sol que se escondia naquele dia de chuva e abrir um pouco os vidros meio emperrados. Mas vimos que a nossa motivação só aumentava a cada obstáculo.



  Apesar da desorganização os livros estavam todos em bom estado de conservação. Muitos ainda com aquele cheiro de novo. 
  O acervo é rico, além dos livros didáticos a biblioteca conta com obras de teoria literária, linguística e gramática, artes, biografias, literatura infanto-juvenil, literatura brasileira, literatura portuguesa e, pra nossa surpresa, muitas obras de autores consagrados da literatura inglesa como, Shakespeare, Edgar Allan Poe e Agatha Christie.
  Ficamos fascinados, muitas vezes tínhamos vontade de largar as flanelas e começar a explorar toda aquela riqueza da qual, infelizmente, os alunos ainda não têm acesso.
  Com muito trabalho e dedicação, conseguimos adiantar boa parte da nossa tarefa e dar um rumo aos livros que foram direcionados às estantes de acordo com sua seção.  



  Continuaremos a organizar a biblioteca nos próximos sábados e esperamos deixá-la pronta até o final do ano. Ainda temos muito a fazer, temos a missão de catalogar os livros, criar um banco de dados para que os alunos possam consultar as obras e assim, finalmente, usufruir de um espaço que é deles por direito. Embora pareça difícil, não desanimaremos. Acreditamos que para que a educação aconteça todos devem fazer a sua parte, e a nossa já está sendo feita.


Vanessa - 4º Semestre

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

15 de Outubro - Dia do Professor

"Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais..."
Rubem Alves.

FELIZ DIA DO PROFESSOR!!!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Semana Sangrenta de Provas


Nada nos prepara para a faculdade, nada. Não importa idade, sexo, religião, escolas anteriores... De fato a faculdade tira toda a nossa energia.
À medida que os semestres passam as dificuldades se tornam mais difíceis e tumultuadas.
Duas semanas de provas nos transformam mais em lesados do que em letrados. São várias as impressões e as sensações dessa semana sangrenta. Seguem algumas delas...

1ª Prova – Língua Inglesa – Inês
“Todo o meu esforço foi para o ralo...” por Daniel.

2ª Prova – Literatura Brasileira – Maria Célia
“O que adianta ser elegante e dar uma prova difícil como esta?” por Etiene.

3ª Prova – Morfossintaxe – Vanda
“Eu tive uma sensação de desespero, vontade de entregar a prova em branco... depois me senti uma bobona de ter estudado forma presa, forma dependente e nada disso ter caído” por Rosana.
“Primeiro suor frio e falta de ar, depois uma súbita falta de memória... A tonteira, digo tontura, aos poucos vai melhorando até conseguir terminar a prova e sair da sala. Não sei o porquê de tais sensações, a prova nunca é difícil” por Cristiane.
“Gosto das variações de palavrões que aprendo depois dessa prova. É uma diversidade que quase me emociona, quase...” por Etiene.

4ª Prova – Didática – Laís
“A prova foi legal, coerente, sensação de alívio já que o conteúdo dado na prova foi o estudado em sala de aula... Se bem que quando pensamos que fomos bem o contrário acontece. Sei lá, vamos ver...” por Gisele.

5ª Prova – Língua Inglesa – Elenir
“A sensação é a de que eu estava num país desconhecido, em que todos falavam o mesmo idioma, menos eu e o idioma que só eu falava ninguém compreendia” por Cristiane.

6ª Prova – Semântica – Vanda
“Eu me senti uma barata tonta com aqueles montes de nomes, todos parecendo à mesma coisa, li e reli por diversas vezes...” por Rosana.
“Será que ela esqueceu a versão em português dessa prova?” por Etiene.

7ª Prova – Psicologia da Educação – Massaioshi
“Um bálsamo diante de tantas tempestades” por toda sala J

8ª Prova – Teoria Literária – Sílvia
“Não lembro nada do “Fanatismo”, nada” por Alessandro.
“O que aquele poema do elefante estava fazendo na prova?” por Robinson.

9ª Prova – Literatura Inglesa – Lígia
“Às vezes é tão bom preparar a prova antecipadamente” por toda sala J

10ª Prova – Morfossintaxe – Dete
“- Cris o todos era sujeito ou adjunto adnominal? – pergunta Etiene.
  - Não era adjunto adverbial? – responde Cristiane”

11ª Prova – Literatura Portuguesa – Alírio
“Princesa, meu reino, além? Não entendi aquele poema, não entendi” por Camila.
“Essa prova não pode nunca mais ser a última, não tenho mais cérebro para entender esses poemas” por Etiene.

Haja sangue, haja neurônio, haja energia... Quem quer ir pra Pedagogia, levante a mão JJJ

Que venham os estágios!!!

domingo, 26 de setembro de 2010

Um pouco de Florbela...


Das anotações de aula do Professor Alírio...

"A nascente poesia de Florbela se define a partir de então como manifestação da sensualidade e do erotismo, a presença do sonho ou da morte associada ao sentimento amoroso, ou seja: a condição feminina e a marginalidade. Nesse aspecto Florbela será precursora da luta pela condição feminina, ela problematizará a tradicional condição da mulher enquanto abnegação, sofrimento e conformismo. A inatividade social das mulheres, imposta pela tutela do mundo masculino, exercerá um forte impulso produtivo, retirando da mulher o papel passivo, tornando-o ativo em termos literários."

Seguem dois vídeos:

O primeiro vídeo trata-se  do poema "Fanatismo" musicado e cantado por Fágner; o segundo trata-se da narração de três poemas, "O maior bem", "Noturno" e "Fanatismo", de Florbela pelo ator Miguel Falabela.


Próximas atrações:

- Semana sangrenta de provas.
- Projeto Oficina no Aureliano.
- Participação do curso de Letras na Semana Cultural de 2010.

Etiene - 4º Semestre.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A história de uma Maria.


- Senhor, me dê coragem. – Era o que Maria implorava do alto do abismo, ajoelhada com uma cruz na mão, e outra imaginária nas costas.

Tudo começou quando ela nasceu. Um grito de dor lancinante e a mãe sorri apesar da dor. Um choro estridente e o pai, quase contente por mais uma menina, fuma seu cigarro de palha. As irmãs na casa da tia esperavam a irmãzinha e a mais nova boneca.

Dentre tantas, mais uma Maria. A terceira das três. Marias por devoção materna e preguiça paterna. De pés no chão e comendo sobras ela crescia, de barriga quase vazia e cabeça repleta de sonhos: lugares que ela nunca viu, rostos que ela nunca conheceu, palavras que ela nunca ouviu, livros que ela nunca leu. Com a enxada nas mãos ela ia pra roça com o pai e contava para ele sobre os seus sonhos. O pai ria amargurado das histórias da filha, ela era tão sonhadora que não merecia aquela vida e ele apenas respondia:

- Você é o beija-flor do pai, um dia vai voar, se vai! – E Maria sorria.

Um dia, Padre Bento passou por aquelas bandas e emocionado ouviu o relato do pai de Maria. Ele contou que ela era uma boa filha, esforçada, inteligente e sonhadora merecia uma oportunidade na vida. O Padre logo pensou no colégio que sua diocese mantinha e propôs levar Maria e lá ela estudaria. O pai não agüentou de tanta felicidade, chorando abraçou o Padre, chorando foi pra casa contar a novidade e chorando despediu-se da filha que partia para a cidade grande e que ele nunca mais veria.

As freiras adoravam a alegria de Maria, logo ela se tornou a preferida. O Padre admirava suas perguntas e dele ela era a protegida. Tinha saudades da família e sonhava em voltar pra eles um dia, ou então trazê-los para a sua vida colorida.

Sua cabeça pesava. Sempre um novo aprendizado, sempre uma nova descoberta, sempre um mundo de possibilidades. Maria terminou o colegial e ingressou na faculdade, o curso escolhido era letras. Maria ria e estudava, não dormia e não cansava, o tempo corria e ela ainda sonhava.

Sonhava com o término da faculdade, que estava próxima. Com as turmas que assumiria na escola do bairro, com a visita que faria naquele final de ano à sua família e com todos os outros sonhos que ela nem sabia que tinha.

Até que uma carta chegou. Meio amarelada e datada de uns meses atrás. Surpresa, ela abriu e leu. Leu e amaldiçoou aquelas palavras, que entusiasmada ela aprendera a ler. Compreendeu aqueles acontecimentos e odiou a distância. Odiou ter deixado os pais, ter aprendido a ler e a compreender, sonhar e ver os sonhos virando realidade. A família, ou melhor, toda a sua família havia morrido em função das queimadas. Sua mãe, suas irmãs, seu pai e sua tia. Agora, não havia mais ninguém. Ela estava sozinha. Sem motivos para sonhar e sem ninguém para voltar.

Maria não mais ria nem estudava. Não dormia e não cansava. O tempo corria e ela não sonhava, se esvaia morrendo um pouco a cada dia. Ainda era a preferida das freiras mas não havia alegria. Ainda era a protegida do Padre mas não mais o agradecia. Só sabia chorar, sem derramar lágrimas. Sofrer sem blasfemar. Existir sem viver. Um poço profundo de saudades e perdas.

Até chegar ao alto do abismo. Fazer uma ligeira prece a Deus e pedir coragem.

- Senhor, me dê coragem.

Coragem pedida, coragem concedida, olhos na cruz e no nada. Lembrou-se das palavras do pai:

- Você é o beija-flor do pai, um dia vai voar, se vai!

E ela voou. Deu um salto e pulou naquela imensidão azul. Agora e para todo o sempre.

Por Etiene

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Literatura e Música


Neste ano se comemoram os aniversários de nascimento de duas figuras importantes da música popular brasileira: Adoniran Barbosa (6 / 8 / 1910) e Noel Rosa (11 / 12 / 1910). Como todos sabem, Adoniran Barbosa marcou sua presença na cena cultural brasileira graças ao cronista social que foi, em especial, da fala usada pela comunidade italiana de meados do século passado.

Noel Rosa, dizem os estudos, introduziu uma nova forma de composição musical, que encontra pontos de contato com a vanguarda literária já que, assim como os modernistas, aproximou a poesia e a linguagem coloquial. Em Não tem tradução, registra: Tudo aquilo que o malandro pronuncia / com voz macia / é brasileiro. / Já passou de português. Carioca de Vila Isabel, alfinetou aqueles que, por modismos, desprezam o linguajar brasileiro em benefício dos idiomas ‘importados’.

Em sua obra se encontra também a oposição entre o lirismo e o mundo do trabalho. É o que se lê em Três apitos: Quando o apito/ da fábrica de tecidos / vem ferir os meus ouvidos / eu me lembro de você.

É imprescindível conhecer a produção musical de Noel Rosa.

Fonte: Revista Língua. São Paulo:
Segmento, ano 5, nº 59.

Professora Vanda 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

POEMA VERSUS POESIA


Provavelmente já nos deparamos no curso de Letras, ou em qualquer outra situação, com uma dúvida bastante pertinente: Afinal, qual é a diferença entre poesia e poema? Será que essa diferença existe mesmo? Ou são apenas sinônimos?

As relações e as diferenças entre os dois gêneros são um pouco conflitantes, por isso o título opositivo. São tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes, são quase tão intrigantes como as nomenclaturas dos fenômenos linguísticos... Quase! Mas tentaremos decifrar essa “antítese”.

O poema é uma forma fixa, tem compromisso com a métrica e é geralmente um pouco extenso, podemos até dizer que é uma “prosa em versos”. Faz, muitas vezes, referência a acontecimentos históricos, como O Navio Negreiro de Castro Alves, por exemplo. Mas apesar de ser uma narrativa em versos, fazer poema não é tão simples quanto parece. O poeta precisa desenvolver a realidade dentro de um mundo abstrato. Precisa transformar o real, o concreto, o objeto, a substância, o visível aos olhos, numa expressão poética. Quem discorreu muito sobre esse assunto foi Aristóteles, em A Poética. O filósofo dizia que a tarefa do poeta não é simplesmente narrar os fatos, ele necessita representar o que poderia ter acontecido, a famosa imitação da realidade, Mimesis para os íntimos. O poema é bastante teatral, representativo, dramático. Está em sua essência essa representação da vida, mas há quem diga que o ser humano foi quem adotou os ideais poéticos, principalmente os românticos, provavelmente foi isso que nos levou àquela que é uma das maiores indagações: “A arte imita a vida, ou a vida imita a arte?”. Talvez seja mais fácil responder se o ovo veio antes da galinha, e vice-versa. O fato é que poema é a linha em que se desenrola a poesia, é a vida representada em versos metrificados, sejam eles decassílabos ou alexandrinos, heroicos ou sáficos.

Basicamente, a poesia se compromete com a musicalidade: figuras de estilo, rimas e ritmo. Ao contrário do que dizem as más informadas línguas, poesia não é somente admirar a natureza, ou cantar a beleza da amada, ou lamentar o amor não-correspondido. Vai sim muito além do simples deslumbre, e para perceber esse fato necessitamos de um conhecimento intuitivo. O objetivo da poesia não é informar ou persuadir, pelo contrário, a poesia tem um compromisso com a emoção. É preciso ter sensibilidade, intuição e muita imaginação para compreender suas formas e mensagens. Uma tarefa um tanto difícil em dias como os de hoje. A praticidade, objetividade e o ritmo acelerado em que vivemos nos privam de entender a alma da poesia, mas por que essa compreensão é tão complicada? Peço licença para tomar as palavras de uma querida professora: “O ser humano optou pela razão e, neste momento, instaurou-se no mundo a tragédia.” Pronto.  É isso. Talvez a nossa razão seja meio cega, talvez ela ofusque esse brilho tão característico da poesia, talvez não tenhamos a sensibilidade necessária para compreendê-la, mas não nos desesperemos, pois, por sorte, a compreensão deve ser a última das intenções da poesia, logo isso não nos impede de apreciá-la. Jamais! Enquanto pudermos sentir a paz, a leveza, a nossa alma em sintonia com a musicalidade dos versos, nosso espírito se deslocando para o espaço descrito nas estrofes, enquanto pudermos nos encantar, enquanto nos emocionarmos com semelhante arte, manteremos vivos dentro de nós o ser humano, não aquele de carne e osso, mas aquele de carne, osso e coração, principalmente.

Vanessa – 4º Semestre 

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Por que cursar Letras?

Essa é uma pergunta que nós, alunos de Letras, escutamos com frequência. Geralmente ela vem acompanhada de uma cara repleta de dúvida e estranheza como se fizéssemos algo assombroso. Pensando bem, talvez tenham razão.

É assombroso o tanto de livros que temos de ler, autores a conhecer, estilos para comparar, erros para compreender, obras para analisar, caminhos infinitos a descobrir... É assombroso. É delicioso!

Não somos tão badalados quanto aqueles que cursam administração, engenharia, medicina, direito, e outros que não me vêm à memória agora, isso é fato. Contudo convivemos tranquilamente quanto a isso, pois sabemos que faz parte de nossa escolha, uma escolha que na maioria das vezes nunca é fácil justamente por já vir com tantos pesos e opiniões negativas. Conversando com alguns alunos da sala, questionando-os sobre os seus porquês e escolhas percebi como somos tão iguais e diferentes ao mesmo tempo.

Cristina adora inglês; dava aulas particulares até decidir-se por cursar administração. Gostava do curso, mas não se imaginava trabalhando na área, algo que ela quisesse ser quando crescer, logo, voltou-se às afinidades com o idioma e foi aventurar-se no mundo das palavras.

Cida optou pelo curso “só” por causa da língua inglesa como ela mesma frisa, pensando em tradução/interprete; depois foi apresentada às matérias de latim, literatura portuguesa e as análises e interpretações das outras literaturas e ficou fascinada.

Cássia diz que em “mil novecentos e...”, melhor não entrarmos em datas, digo, detalhes, já queria prestar o curso para escrever bem e dominar o “inglês” devido a sua profissão: secretária. Na época não existia curso específico. Hoje, diz-se encantada, porque não aprendemos apenas a corrigir erros, mas sim a aquisição de cultura num geral, exigindo grande exercício mental, o que nos mantém alertas para a vida.

Vanessa disse que o curso entrou em sua vida por acaso, ela que estava em dúvida entre letras e design, optou pelo primeiro por ter sido uma boa aluna de português, por sempre corrigir os erros das pessoas “seje, esteje e menas” e por achar que os livros do “Bruxo do Cosme Velho” fossem escritos para ela; diz que hoje não se arrepende por ter dado voz ao seu coração. Pretende seguir carreira na área de revisão, já que se julga um tanto egoísta para ser professora, algo que caracteriza de uma grande nobreza.

Rodrigo foi mais além. Enquanto Vanessa estava em dúvida entre dois cursos, suas dúvidas estavam pelo menos entre uns 217. Dentre tantas perguntas que fez a si mesmo, no melhor estilo de “Hamlet”, ele queria algo em que pudesse viajar, conhecer pessoas, algo que tivesse movimento, música, ação, emoção... Até um dia, na escola de idiomas, conheceu uma professora que representava o perfil de suas perguntas, finalmente encontrara a sua resposta e para sua surpresa, a fantástica professora não havia cursado jornalismo, nem turismo, nem rádio TV, mas sim letras; desanimado pela descoberta e incentivado pela musa inspiradora foi assistir a uma palestra sobre o curso e finalmente apaixonou-se. Seu caminho foi tortuoso e ainda será, tenho certeza, mas a possibilidade de trilhar vários caminhos é o que o mantém firme.

Eu sempre quis ser professora. Sempre mesmo. Uma certeza que me deixava feliz por um lado e revoltada por outro. Queria ter dúvidas igual a todo mundo, mas essa certeza era certa demais e decidi provocar a mim mesma. Terminei o colegial e fiz uma série de cursos livres, depois fiz curso técnico de secretariado e por fim fui fazer Letras. O primeiro ano foi fantástico e doloroso, enquanto para muitos o inglês é um idioma fácil, fantástico e “fashion” para mim era terrível. Interrompi o curso e decidi que seria publicitária. Não agüentei um mês. Então parei de inventar moda, fui fazer um curso de inglês para dominar o medo e voltei dessa vez para ficar, parodiando piegasmente o Rei da Jovem Guarda, imaginando todas as dificuldades que ainda virão e que as superarei porque os sonhos nos dão uma força extraordinária, sobrenatural.

Nós seis aqui citados, e com certeza o restante da turma que não se pronunciou abertamente, temos uma crença em comum: a palavra tem poder. Um poder que se sobrepõe aos sistemas políticos, às religiões, às raças... Enfim, a todas as diferenças que podem existir entre nós, seres humanos. Ela faz sorrir e faz chorar, crer e descrer, ser e não ser, construir e destruir. É pelo seu poder que nós buscamos estudá-la, compreendê-la, desvendá-la numa atitude de estudarmos nossa história, compreender nossa sociedade e desvendar nosso mundo. Nunca chegaremos à plenitude do conhecimento e do poder da palavra, mas nunca deixaremos de lado essa busca.

Voltando a pergunta inicial e ao assombro que é este curso, nós estamos estigmatizados porque quando pensam em Letras só pensam em magistério e sabemos que a educação, hoje, não é levada tão a sério ou valorizada. Nós acreditamos nela e faremos o possível e o impossível para gritar ao mundo essa mensagem.

Acreditamos na educação e em todas as outras áreas que o curso nos prepara e nos possibilita atuar: tradutor, intérprete, redator, consultor, revisor e editor.

Estamos aqui para agitar o curso, divulgá-lo, melhorá-lo e torná-lo, ainda mais se for possível, inesquecível para nós. Uma daquelas lembranças que sorriremos ao lembrar e que contaremos aos netos como uma história fantástica.

O “post” ficou longo eu sei e por isso peço desculpas, mas trata-se do primeiro e muita coisa precisava ser dita a fim de juntarmos nossas forças e fazer acontecer.

Sejam bem vindos!

Até a próxima.

Etiene - 4ª Semestre